5 de jun. de 2009

Qual a dificuldade em lidar com o Não???

Há algum tempo venho me questionando em relação a isto....
Não... Palavra tão pequena e impregnada de significados criados no subconsciente de acordo com a necessidade de cada um.
Quando criança o "Não" é uma tortura...Tudo que é bom é negado...tudo é proibido..
_ Menino não pode, menino não mexe, menino NÃO!!!
Parece que todos só sabem dizer isto, e ainda assim, a criança em sua "capacidade limitada" (digo capacidade limita levando em conta os anos de estudo daqueles psicólogos e estudiosos que as classificam dessa maneira, mas de maneira nenhuma isto expressa a minha opinião) assimila somente o fim da frase..."PODE", "MEXE"...e segue seu caminho, fazendo tudo que não deve e enlouquecendo àqueles que não aprenderam a lidar com a imaginação infantil e toda sua necessidade de descobrir o mundo a sua volta...
Já na adolescência, quantos "nãos" são utilizados para tentar conter um adolescente enquanto ele está com um fone nos ouvidos, tentando ignorar solenemente o que lhe está sendo dito?
Já adultos, percebemos a limitação imposta por esta pequena palavra, mas agora, ela não nos vem pelos gritos da mãe desesperada ou de um pai que precisa de silêncio para ler seu jornal....
Na fase adulta o "não" chega de todos os lados e te limita ao extremo, a ponto de sufocar sonhos, sentimentos e a capacidade de lidar com certas situações.
É, realmente ouvir um não como resposta, pode paralisar todos os projetos de uma pessoa que não se acostumou desde cedo lidar com diferentes limitações impostas e não aprendeu a classificar o "não" na maioria das vezes como uma oportunidade de pensar por si só, de agir por conta própria, de assumir seus próprios riscos...
Pode parecer bobagem... e é mesmo! (São minhas abobrinhas particulares, rsrsrs ) mas quando criança, quando adolescentes, sabemos lidar melhor com isto do que na fase adulta.
Quem nunca subiu numa árvore mesmo que a mãe lhe dissesse: Filho! Não sobre aí!
Quem nunca beijou escondido, fumou, bebeu, disse que ia pra casa de uma amiga, quando na verdade estava na balada que a mãe havia proibido anteriormente que você fosse?
A grande diferença é que antes por maior que fosse o medo de ser descobertos, não existia o medo de parecermos tolos, de parecermos inadequados, de estar transgredindo normas. E a lei do Politicamente correto, que só faz o que é certo e se afunda na mediocridade de uma vida pequena e cheia de recalques. Estas pessoas quando ouvem um não, não se perguntam o porquê, não questionam seus desejos e suas vontades e sim, seguem o que está escrito em uma cartilha carregada de valores e imposições, de normas e regras, ditadas por uma sociedade conservadora e fundada com base em doutrinas criadas por pessoas que pouco ou nada contribuíram para o seu sustento...A estes chamo de covardes! E mantenho distância...
Mas existem também aquelas pessoas que se negam a acreditar na verdade contida em um "Não", e seguem por ai negando os desejos dos outros, a vontade dos outros, os limites dos outros... Impõem seus sentimentos, suas percepções e mesmo diante da negativa alheia, se acham tão "super, necessários, absolutos" que não conseguem entender que alguém possa viver sem ser da maneira exata que estão determinando...A estes chamo egocêntricos! E tenho nojo...
Não consigo entender estas pessoas e tento de verdade buscar as respostas, não pretendo me sobrepor aos meus filhos, aos meus amigos, com atitudes dominadoras que beiram a tirania por não gostar (E eu não gosto mesmo!rsrsrs) de ser contrariada, mas não admito de maneira nenhuma que decidam por mim, como, onde e porque, devo ou não fazer alguma coisa...
Não vejo o "Não" como resposta definitiva e não sei se me encaixo em alguma destas categorias...
O que sei neste momento e isto é que eu queria dizer o tempo todo, é que quando eu digo "Não sei" e isto esta relacionado aos meus sentimentos pode ser prudência, pode ser receio, pode ser até covardia, mas é realmente o que sinto no momento.
Mas quando digo "Não quero" é por quê realmente acabou e isto é definitivo, pois expressa a minha vontade, o meu desejo e reflexões longas, buscando dentro de mim uma resposta para esta situação.
Não respeitar isto fere minha individualidade, fere meu direito de ir e vir, de fazer o que quero e de ser feliz....
E isto eu "NÃO" admito...

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