20 de set. de 2012


E de chorar, já sou pranto;
de relembrar, esquecido
nas mãos palmas calejadas
cavando desejos proibidos;
E de pensar já sou louco
não há encontro para mim
não tenho nome em tua lista
não iniciei, sou sem fim;
Com tantos erros passados
ganhei má fama sozinho
com tantos passos errados
não encontrei meu caminho
Tentei abrir a mão e não vi nada
nem mesmo aquele beijo da mulher falada
nem aquele antigo abraço que ganhei;
eu lutei... perdi! Porque contigo errei;

E de pecados, sou negro,
de relutar, sou sem forças
de persistir, sou sem vista,
de agredir, comunista!
Não tenho eira, nem beira
não tenho amor para mim
não posso amar quem não aceita
lutar e ver fracassar


E vou seguindo sem luzes
ninguém verá minha partida
não quero deixar saudades
nem prantos na despedida;
E se me quiser na lembrança
guarde meu nome contigo,
meu nome, é nome, só nome,
é simples mais decisivo.
Na flor das noites de sangue
eu parto, sem chorar dor
eu parto, mas deixo contigo
o que fui aqui...
        ...deixo amor!

(Anderson Herzer)